De acordo com a pesquisa Global Talent Trends 2019, realizada pela Consultoria Mercer, depois de ouvir mais de 7 mil executivos, responsáveis de RH e colaboradores em 16 países, a síndrome de burnout é uma das cinco principais preocupações dos gestores de empresas. Um outro estudo, feito pelo International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), com um grupo de mil pessoas divididas entre São Paulo e Porto Alegre, identificou que 72% da população economicamente ativa no País possui altos níveis de estresse. Desses, 32% desenvolveram o burnout.
Para o especialista em Gestão Estratégica Gláucio Siqueira, é importante que gestores e profissionais de Recursos Humanos estejam atentos aos sinais demonstrados pelo colaborador que pode estar sofrendo com a doença do esgotamento profissional. “Nas nossas consultorias, observamos que um dos sintomas mais comuns é o isolamento emocional e profissional do funcionário, que deixa de dialogar com seus colegas e superiores. Além disso, a pessoa passa a ter um foco excessivo nos problemas ao invés de tentar elaborar soluções para eles”, relata o especialista.
A síndrome de burnout foi incluída na lista de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS), no capítulo de problemas associados ao emprego ou ao desemprego. A doença, diferentemente de outros tipos de estresse, se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não pode ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida.
Além dos prejuízos pessoais e individuais, o burnout traz consequências para toda a empresa. “Em um mercado que exige dos profissionais e das empresas uma capacidade cada vez maior de adaptação às mudanças, o impacto desse esgotamento no trabalho gera queda de desempenho e aumenta o risco de acidentes pela falta de atenção. O trabalhador, obviamente, passa a ficar menos com as suas funções e a faltar com frequência. Por sua vez a empresa perde em produtividade e em competitividade”, alerta Glaucio Siqueira.
Na tentativa de evitar que os colaboradores sofram com a síndrome de burnout, os gestores das empresas podem adotar estratégias simples, mas que contribuem para um ambiente de trabalho mais saudável.
“Acredito que o mais importante seja valorizar o profissional. E isso tem que ser feito num sentido bastante amplo, avaliando-se as condições e o ambiente de trabalho no geral. É fundamental evitar a sobrecarga de trabalho, fornecer as ferramentas e informações necessárias à boa execução das funções. Manter um canal de comunicação interna efetivo, que facilite o contato do colaborador com o seu gestor e outros membros da equipe, e que deixe claro qual o propósito do negócio e as expectativas sobre cada um que faz parte dele. Além é claro de valorizar o profissional por meio de bonificações, benefícios e outras formas de reconhecimento, que não precisam ser necessariamente financeiros”, finaliza o especialista.